O Turismo Histórico como caminho para Independência econômica
Os municípios brasileiros possuem um desafio comum: pagar suas despesas correntes. Quem sabe o turismo histórico com base em monumentos e o incentivo à economia local não seria um caminho para ajudar na solução desse problema?
4/27/20252 min read
A maioria dos municípios brasileiros enfrenta uma realidade crítica: a dependência excessiva do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Em muitos casos, o FPM é a principal ou única fonte de receita, o que limita a capacidade de investimento local e torna essas cidades vulneráveis às oscilações econômicas nacionais. Essa dependência cria um ciclo vicioso de estagnação, com pouca margem para inovação, desenvolvimento e geração de riqueza própria.
Dados recentes revelam a gravidade dessa situação:
Mais de 55% dos municípios brasileiros estão em situação crítica de dependência financeira, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) (anafisco.org.br).
Em 2023, 50% dos municípios enfrentaram déficits fiscais, totalizando um rombo de R$ 17,9 bilhões (brasil61.com).
Cerca de 30% das prefeituras não conseguem se manter com recursos próprios, dependendo exclusivamente de transferências para cobrir despesas administrativas (agenciabrasil.ebc.com.br).
As regiões Norte e Nordeste concentram os maiores índices de dependência, com 62,4% e 42,4% dos municípios, respectivamente, apresentando nota zero em autonomia financeira (www1.folha.uol.com.br)
Uma estratégia concreta para reduzir essa dependência é o fortalecimento da economia local através do turismo baseado em patrimônios históricos e culturais. Outro pilar é a valorização da economia local, com incentivo a produtos artesanais, gastronomia regional, agricultura familiar e serviços vinculados ao turismo.
O Brasil possui um vasto acervo de cidades com arquitetura colonial, centros históricos preservados, manifestações culturais únicas e tradições populares que podem ser transformados em motores de desenvolvimento. Investir em infraestrutura turística, capacitação de mão de obra local, promoção de eventos culturais e preservação do patrimônio pode gerar emprego, movimentar comércio e atrair investimentos.
Quando um município estrutura sua identidade econômica com base em suas próprias potencialidades, ele diminui a dependência de repasses externos e fortalece seu tecido social e produtivo.
Superar a dependência do FPM não é simples, mas é possível. Requer planejamento, gestão pública qualificada e visão estratégica. O turismo histórico e a economia local são caminhos concretos para construir uma autonomia financeira que beneficie toda a população.