Quando tudo começou: o Patrimônio Histórico e a Avaliação Pós-Ocupação (APO)
Como despertei meu interesse por Patrimônio Histórico e pela história por trás dele
1/24/20252 min read
O ano era 2018 e eu cursava Arquitetura e Urbanismo na UNIESP, em João Pessoa - PB. Já trabalhava com design de interiores e realizava o sonho do curso superior. Por ocasião do cumprimento obrigatório do estágio, tive a grata oportunidade de estagiar no IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba.
Ali começou um novo olhar sobre a arquitetura das nossas cidades. Já vinha sendo impactada pelas aulas da professora Anne Camila, que mais tarde se tornaria minha orientadora de TCC na disciplina de Patrimônio Histórico. Nessas aulas, visitávamos o centro histórico de João Pessoa e desenvolvíamos, ao mesmo tempo, o interesse pela história e pela arquitetura.
No TCC, me debrucei sobre uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) da Praça Venâncio Neiva — sugestão da minha orientadora (sim, ela mesma, assunto do último post!). A APO é uma metodologia aplicada, geralmente, pelo menos cinco anos após uma intervenção arquitetônica ou urbana, para verificar se os objetivos do projeto foram realmente alcançados a partir do uso cotidiano do espaço. Surgida nos anos 1970, essa abordagem busca analisar o desempenho funcional, técnico e social dos ambientes construídos com base na experiência dos usuários (Preiser, 1988).
A Praça Venâncio Neiva, reformada e reinaugurada em 2009, foi o objeto do meu estudo. Infelizmente, as conclusões não foram positivas. Apesar da preservação do patrimônio arquitetônico, a praça falhou em sua função urbana de promover convivência democrática. Problemas sociais, como a exclusão e marginalização de populações vulneráveis, comprometeram o uso pleno do espaço — uma realidade presente em muitas capitais brasileiras.
A experiência foi um divisor de águas: passei a entender que preservar é importante, mas não basta. É preciso escutar como a cidade está sendo vivida, para além do que foi projetado. E é isso que a APO nos ensina.
Para quem quiser conhecer mais sobre essa experiência, segue o link do meu LinkedIn com a apresentação do TCC disponível.
Referência: PREISER, Wolfgang F. E. et al. Post-Occupancy Evaluation. Van Nostrand Reinhold, 1988.